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A Aeronáutica Militar e, a partir de 1952, a Força Aérea Portuguesa, puderam contar com um total 112 aviões deste tipo ao seu serviço, embora com várias versões, designadamente, MK Ia, MK Vb, MK Vc e MK VbLF - esta última versão apresentava a particularidade de ter as pontas das asas cortadas.
O primeiro Spitfire a chegar a Portugal aconteceu a 21 de Novembro de 1942 e o último em 30 de Janeiro de 1948, sendo que, ao longo deste período se identificam três remessas distintas:
- A primeira remessa (21 de Novembro de 1942 a 7 de Outubro de 1943), foi enviada em navios cargueiros e posteriormente montados nas OGMA, sendo constituída por 18 aviões da versão MK Ia (com a numeração de 370 a 387) que formaram a Esquadrilha XZ na Base Aérea 3 (BA3), de Tancos. Estes aviões acusaram alguns problemas de aquecimento dos motores;
- A segunda remessa (19 de Outubro de 1943 a 17 de Fevereiro de 1944) era constituída por 34 aviões das versões MK Vb, MK Vc e MK VbLF que foram previamente submetidos a revisão e adaptação para o clima do sul da Europa. Estes foram transportados, também, em navios cargueiros, sendo posteriormente montados nas OGMA e formaram as Esquadrilhas RL e MR na Base Aérea 2 (BA2), da Ota, apresentando, respectivamente, as numerações 1 a 15 e 16 a 34;
- A última remessa (9 de Abril de 1947 a 30 de Janeiro de 1948) foi a mais numerosa devido ao facto da guerra já ter terminado e haver mais disponibilidade da parte britânica. Foi constituída por 60 aviões das versões MK VbF e MK VbLF, e chegaram a Portugal por voo, equiparam as Esquadrilhas RL, MR e formaram a Esquadrilha ZE na Base Aérea 2, da Ota.
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Em 18 de Julho de 1944 todas as Esquadrilhas ficaram reunidas na BA2 no designado Grupo de Esquadrilhas de Aviação de Caça, uma força criada pelo Governo Português para lidar com situações decorrentes da 2.ª Guerra Mundial.
O phase out destes aviões, teve início em 1948 com a extinção da Esquadrilha XZ. Mais tarde, o último Spitfire ao serviço foi transferido para a Base Aérea 1, de Sintra, onde em 1 de Março de 1955 o derradeiro voo oficial teve lugar.
Relativamente à pintura, salvo raras exceções, os Spitfire mantiveram a camuflagem diurna usada pela RAF, com as superfícies superiores em cinzento e verde-escuro e as superfícies inferiores em cinzento claro ou azul celeste.
Quanto a marcas, os Spitfire ostentavam em ambos os lados das asas a Cruz de Cristo sobre círculo branco e, em ambos os lados da fuselagem, a Cruz de Cristo sem círculo, sendo ladeada pelas duas letras representando a Esquadrilha (sempre do lado da cabina) e pela letra designativa da sua ordem dentro da mesma (no lado oposto), a branco. A aeronave era identificada por números, também brancos, mas de tamanho mais reduzido, num plano inferior, perto da cauda.
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Para um conhecimento mais profundo sobre esta matéria, sugere-se a consulta das monografias “Aeronaves Militares Portuguesas no Século XX”, de Adelino Cardoso e “Os Aviões da Cruz de Cristo”, de Mário Canongia Lopes e José Manuel Rodrigues da Costa, assim como da bibliografia que lhes serviu de suporte.
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Meu modelo: Supermarine Spitfire LF MkVb - 3.ª Esquadrilha, 1948
Escala: 1/48 Marca: Hasegawa
Fonte:
Agradecimento ao SDFA/ AH - Serviço de Documentação da Força Aérea / Arquivo Histórico, pelo envio do resumo histórico e pelo disponibilização das fotos
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